segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A LUZ QUE CARREGAMOS NOS OLHOS


Quando a minha sobrinha Ana Sofia nasceu, eu não a conheci de imediato como fiz com meus outros dois sobrinhos antes dela. Nem lembro ao certo o que foi que ocorreu e porque demorei tanto pra conhecer minha menina...
Mas me lembro, como se fosse hoje, da primeira vez em que a vi.
Nunca, em minha vida, eu havia me emocionado ao fitar os olhos de alguém.
Aconteceu assim que nós nos olhamos. Seus olhinhos estavam molhados pois havia acabado de chorar e, no colo da mãe, quando me viu, sorriu.
Eu não saberia explicar o que havia naqueles olhos de criança, mas uma coisa é certa: havia luz, mas tanta luz que a pureza e o amor daquele olhar me emocionaram.

Hoje, procuro nas pessoas a luz em cada olhar.
Muitas vezes, essa luz também se manifesta num sorriso.
Ontem tive a oportunidade de fazer parte de um seminário onde diversos desses sorrisos estiveram presentes.
Um momento sem o "lá fora", sem os problemas do cotidiano, as dores de cabeça do adulto. Um momento onde nos concentramos em amar e aprender. Somente isso.
E sinto como se uma tela estivesse formada sobre meu pensamento e dezenas de sorrisos e abraços iluminados sendo projetados.
Vi a lágrima no olhar de alguém quando me fitou por um tempo, enquanto eu sorria e falava feito uma maluca. (risos)
E me lembrei que certa vez uma senhora havia me dito que eu tinha essa luz no olhar, que eu tinha esse brilho no sorriso.
Brilho que perdi no passar dos anos e que, de alguma forma, iluminou-se ontem. E alguém viu.
Se soubéssemos a importância que tem essa luz em nosso olhar, se soubêssemos o quanto ela pode curar, amparar e abençoar, jamais destilaríamos veneno através dele, jamais enviaríamos o rancor, desprezo sobre qualquer pessoa.
Se soubêssemos...
Pena, que não sabemos.
Pena.

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